Mãe-e-Pai

Saiba como sobreviver no Grupo de mães e pais no WhatsApp

Silenciar as conversas por duas décadas não adiantaria no WhatsApp para mães e pais.

Sabe aquele frase “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, o WhatsApp para mães e pais é aquele lugar que é necessário seguir uma etiqueta bem particular, com intenção não só de garantir a própria sobrevivência, mas também de evitar que seu filho ou filha sofra um vexame ou morra de vergonha dos pais. Porque, ao contrário de Vegas, o que acontece no grupo não fica no grupo, portanto nada ficará escondido.

Não perca o senso! Tire 10 e chegue ileso ao final do ano letivo – nada de “morreu, mas passa bem”. Confira oito dicas infalíveis que te farão sobreviver no grupo de mães e pais.

1. Converse, mas com moderação.

Não é segredo para ninguém que mãe é uma criatura que não para de falar, então imagine  como é um lugar onde só existem basicamente mães, chamamos de paraíso? ou pesadelo? Essa definição creio que é, portanto um pouco pessoal. Esse lugar é mundialmente conhecido como Grupo de Mães – e Pais – do Wtsp (GMPW para os íntimos). Para sobreviver a esta fantástica reunião, o segredo é manter uma tática. Você não deseja que todos pensem que você não existe ou é anti-social, então é importante aparecer de vez em quando, soltar um comentário aleatório, fazer uma pergunta qualquer sobre o trabalho em grupo. Mas, cuidado, você também não quer aparecer demais, porque o preço de ser popular no GMPW é a necessidade de interação infinita.

2. Silencie as notificações

Escolha um alerta bem agradável para tocar toda vez que alguém mandar mensagem no GMPW, tipo a gargalhada de um bebê, um miado de um gatinho, uma música clássica bonita. De qualquer maneira, prepare-se para, em poucos dias, detestar para sempre aquele barulhinho lindo que você tanto amava. É porque ele vai tocar todos os dias, os dias inteiros, sem sossego e sem pausa. Seu celular vai apitar naquela reunião importante com o cliente, no metrô, no meio da novela, ao dormir e durante o sexo. Porque sempre tem uma mãe com dúvida, ou avisando sobre alguma coisa, ou mandando uma foto do coleguinha do seu filho brincando no parquinho. E, pra que sua vida não vire uma melodia de toques do WhatsApp da manhã até a madrugada, o único jeito é silenciar as notificações o máximo possível.

3. Participe das vaquinhas

Não adianta correr do calendário, pois ele sempre estará lá, esfregando na nossa cara aquela quantidade de data comemorativa. Depois que se têm filhos é quando descobrimos que não é só no dia do Professor ou Natal que os professores ganham presente. O Professores adoram um agrado, seja na Páscoa, no Dia do Amigo, no Dia das Mães, no Dia dos Pais, em Tiradentes, no dia do índio e por ai vai. Lembrando que é preciso comprar lembrancinha não só para a professora, mas para a auxiliar da limpeza, para a moça da cantina, para o instrutor de Educação Física, para o moço da van e o segurança do portão. As mães sempre dividem essas despesas. Tudo bem se uma vez ou outra você quiser presentear individualmente os profissionais, mas, dica de amigo, na maioria das datas, pega bem participar das vaquinhas com a galera. O WhatsApp para mães e pais tem benefícios para um e prejuízo para outro.

4. Reaja, mulher!

Quando eu era pequeno, ouvia a história de que os traficantes colocavam droga nas balas que vendiam na porta do colégio, e a gente ficava procurando provas, na tonalidade da cor e se tinham furinhos em cada pacote. Eu achava que não teria criatividade que superasse essa, e eu obviamente, estava bastante enganado. Não passa três dia sem que surja uma história bizarra no GMPW falando de coisas  que colocam as crianças em perigo. Embora você seja o maior manjador das notícias falsas da internet, a etiqueta manda que você pareça ligeiramente chocado com todos os boatos que vão postar no grupo. Diga algo, nem que seja só um “Que absurdo”!, quando alguém falar que a vizinha do amigo, do primo, do colega de trabalho da tia dela ouviu dizer que a vacina da febre amarela é coisa dos Illuminati, ou que sequestraram a diretora do colégio, ontem com um avião, ou que o vendedor de cachorro quente da frente da escola anda injetando droga na salsicha.

5. Amigues

Mãe e pai são só presentes de verdade se passarem aperto com a garotada. Um dos mais conhecidos é aquele quando a babá não aparece, ou o moço da van esquece a criança, ou a vó tem consulta e não vai poder ajudar. Com quem fica a criança, meu Deus? O GMPW é perfeito para essa situação, porque sempre tem alguém disposto a ajudar. Parece aquelas comunidades hippies do anos 70, povo cuidando de 35 crianças ao mesmo tempo, sem reclamar sem questionar de quem é filho de quem. Mas para essa rede de apoio funcionar, é necessário que você seja uma criatura legal. Se quer ser ajudado quando sua hora chegar, também esteja presente e ajude quando alguém precisar, seja para levar ou buscar na escola ou para tomar conta por algumas horas. É certo, se um dia você precisar de uma força, e sem mães, pais e amigues do grupo, cara, você estará lascado.

6. Consciência, a gente vê por aqui!

Se o João amanhecer pelando de febre, garganta doendo, cabeça doendo, piriri, manchas vermelhas pelo corpo e vômito tipo do Exorcista, seja consciente e avise as outras mães e pais sobre a doença do garoto. Assim, eles, podem ficar de olho nos sintomas para saber se os seus filhos também pegaram essa virose ou estão apresentando algum sintomas. Esse é um jeito de evitar surtos na classe, e também de entender o que pode ser aquele mal-estar do qual qual a criança está reclamando desde ontem na hora da saída.

7. Que tiro foi esse?

Não tome partido -e não falem de política ou religião, para não criar climão à toa. Porque a sugestão aqui é para você não se envolver em quebra-paus alheios. A menos que seja para botar panos quentes e seguir o baile, não se manifeste. Não dê palpite quando os pais ou mães se desentenderem, ou quando alguém comentar que duas crianças não estão se dando lá muito bem. E, se por acaso, o filho em um dos cantos do ringue for seu, mantenha a compostura e a educação, e não compre briga com a mãe da criança. Sempre as crianças voltam a ser amigos e você carregará a inimizade com os Capuletto para todo o sempre.

8. Não se apegue demais.

O grupo é, sim, uma merda, embora é maravilhoso ao mesmo tempo. Porque você vai perceber que é possível fazer e manter boas amizades. Porém, não se apegue demais, porque ano que vem vai trocar tudo, e talvez sua filha não caia mais na mesma sala que as amiguinhas de sempre.  

Agora é com você!

Com todas essa dicas mastigadas, o ano letivo será sem stress. Lembre-se mantenha a postura e não se envolva demais.

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